sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sobre o estado civil da culpa dos acidentes

Numerosos escribas da nossa praça têm manifestado uma autêntica sanha persecutória na sequência da tragédia da praia Maria Luísa. Recorde-se que, neste local, pereceram cinco turistas soterrados pelos escombros de um rochedo.

A principal preocupação manifestada por estes plumitivos tem sido, desde o primeiro instante, encontrar a cabeça a degolar. O cordeiro a sacrificar em altar público, para alívio da consciência colectiva.

O facto de a área do acidente se encontrar claramente sinalizada pelas autoridades como sendo de acesso proibido, precisamente devido ao elevado risco de derrocada (!), é-lhes perfeitamente indiferente e convenientemente ignorado nas crónicas.

Houve mortos ergo há que encontrar os culpados... para que “a culpa não volte a morrer solteira”. Para os neoliberais, mas não só, é bom de ver que o culpado também aqui será o Estado. Aliás, o Estado perfeito seria aquele que nacionalizasse os nossos defeitos e que privatizasse as nossas virtudes. Que nacionalizasse os prejuízos da gestão privada e que privatizasse os lucros da gestão pública. Também aqui, o facto de estes balanços nunca poderem bater certo é-lhes perfeitamente indiferente e convenientemente ignorado nas crónicas.

Por fim, e não menos esclarecedora, é a flagrante contradição encontrada nos comentários efectuados a outro tema da actualidade: as medidas governamentais de prevenção e resposta à pandemia de Gripe A são por estes consideradas excessivas, dramáticas e até atentatórias de certas liberdades individuais. Aqui, torna-se-lhes evidente que o Estado peca por excesso de zelo e que se intromete mais uma vez na esfera individual dos cidadãos. Espantoso.

Todavia, na eventualidade de, também em Portugal, ocorrerem mortes resultantes da pandemia de Gripe A, serão novamente os primeiros a apontar baterias para os culpados do costume. Afinal, nem todas as medidas tinham sido tomadas pelo Estado e, lá está, “a culpa não pode morrer solteira”.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pérolas de pré-campanha - II

O candidato 3 em 1. Pague menos, leve mais.

Pérolas de pré-campanha - I


Não especularemos sobre a fisionomia do candidato e uma conhecida e meritória instituição local. Mas temos de enaltecer a coragem política de um candidato do CDS-PP que adopta um conhecido slogan comunista.