quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Andamos a brincar aos Presidentes?





Retomando o post de 25.09 sobre o Trapezista de Belém, conclui-se agora que o PR apostou numa dupla. De facto, o sinuoso discurso aponta para o cenário a) mas também para o cenário b).

À cautela, o PR fez questão de dizer algo e o seu contrário sobre cada um dos assuntos que tão atabalhoadamente abordou. Por um lado acha que Fernando Lima está inocente, mas por outro mandou afastá-lo da assessoria de imprensa. Por um lado acha que está sob escuta, mas por outro decidiu esperar semanas para confirmar essa gravíssima suspeita. Por um lado acha que os seus assessores não participaram em promiscuidades partidárias com o PSD, mas por outro acha que para os jornalistas saberem isso é porque andaram a escutar o PR.

Para partilhar estados de alma e formular insinuações graves mas sem qualquer evidência palpável, pede-se que Cavaco Silva descarregue a bílis em família, poupando assim o País a tamanha expectativa (antes do discurso) e a tamanha frustração (após o discurso).

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Candidato cigano do CDS-PP apanhado a furtar palha




A notícia que desafia duplamente a teoria das probabilidades. Qual a probabilidade de um candidato do CDS-PP ser apanhado a roubar (apenas) palha? E qual a probabilidade de um candidato do CDS-PP ser de etnia cigana? Com coincidências destas vou ali jogar no Euromilhões e já volto. É “provável” que ganhe o primeiro prémio.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Trapezista de Belém

Adivinham-se tempos de grande contorcionismo discursivo por parte da Presidência da República.

A tendenciosa manchete do jornal Sol já aponta nesse sentido ao afirmar que, afinal, Cavaco Silva mantém a confiança política em Fernando Lima, apesar de o ter demitido súbita e silenciosamente da assessoria de imprensa (“a sua substituição tem pois que ver com razões operacionais e não com qualquer penalização ou perda de confiança por parte de Cavaco Silva”).

No dia seguinte às eleições começará portanto o arriscado número de trapézio, sem rede, em que o presidencial artista tentará convencer os portugueses de uma de duas improváveis realidades:

a) Fernando Lima está “inocente” e foi retirado de funções apenas por uma questão operacional de controlo de danos.

b) Fernando Lima é “culpado”, mas agiu por iniciativa própria e sem dar conhecimento ao Presidente da República.

Se a primeira hipótese já é incrível, a segunda então é do domínio da mais pura comédia. Aguardemos.