A vaga de manifestações estudantis ameaça tornar-se insuportável.
A opinião pública já se foi acostumando à sazonalidade desta erupções contestatárias orquestradas pelos dirigentes associativos. Confrontados com a sua própria incapacidade em assumir o estatuto de interlocutores idóneos junto dos órgãos directivos universitários e do Ministério da tutela, remetem-se ao papel fácil - mas incoerente - da contestação gratuita a toda e qualquer medida previsivelmente impopular entre as suas hostes.
O crescente alheamento da comunidade estudantil em matérias de política, cultura e até educação (no sentido mais abrangente) em muito contribui para o actual panorama do dirigismo estudantil português.
Encurralados entre as directrizes revolucionárias (sem causa) de uma JCP e o conformismo comprometido de uma JSD, vão medrando jovens líderes que, uma vez eleitos pelos seus pares, são guiados pelo propósito único da sobrevivência no poder fátuo das estruturas estudantis.
Este marasmo de ideias e de estratégias é agitado pelas mediáticas manifestações que mais não fazem do que mostrar à sociedade uma classe universitária desorientada, com sede de protagonismo e confrontada com uma confrangedora falta de orientação estratégica.
Estas “provas de vida” das direcções associativas já há muito deixaram de ser ridículas. Continuam patéticas, mas inspiram cada vez mais o choro e menos o riso.
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