(...) para que um príncipe possa conhecer o ministro, há um meio que nunca falha. Quando o príncipe veja que o ministro pensa mais em si do que nele, e que em todas as acções procura a utilidade própria, verificará assim que nunca será bom ministro e que nunca se poderá fiar nele. (...) E, por outro lado, o príncipe, para o conservar bom, deve pensar no ministro, honrá-lo, enriquecê-lo, torná-lo obrigado, dando-lhe participação nas honras e nos cargos, a fim de que veja que não pode passar sem ele, príncipe, e que as muitas honrarias façam que não deseje mais riquezas, e que os muitos cargos lhe façam temer quaisquer mudanças. Quando então os ministros, e os príncipes por relação aos ministros, são assim constituídos, podem confiar um no outro; e quando as coisas se passam diversamente, sempre o fim será danoso ou para um ou para outro.
(Nicolau Maquiavel, “O Príncipe”)
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