Hoje, há três anos atrás, assitia em directo televisivo ao embate do segundo avião contra uma das torres do WTC.
Nos minutos e horas seguintes tentei em vão contactá-la.
Do outro lado da linha, no apartamento de San Francisco, niguém atendia o telefone e o medo começava a ganhar terreno à medida que os ponteiros avançavam no relógio da sala, onde a televisão debitava notícias contraditórias e especulava sobre as imagens repetidas vezes sem conta.
O telefonema pacificador só chegou algumas horas depois do embate. Foi como se, até aí, o tempo tivesse parado e nada fizesse sentido. Nesses momentos, as vítimas do ataque terrorista resumiam-se a uma parte de mim que vivia na Costa Oeste.
Chega a ser obsceno o egoísmo humano, mas a verdade é que deste dia 11 de Setembro recordo principalmente o telefonema que me devolveu a tranquilidade roubada pelas notícias da barbárie.
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