Assiste-se hoje um pouco por todo o mundo ocidental ao progresso da investida laicista dos governos, com o intuito de satisfazer as aspirações - mais ou menos confessáveis - de alguns sectores da sociedade que, travestidos de republicanos e laicos, pretendem em boa verdade a instituição de estados anti-religiosos e não apenas laicos, como nos pretendem fazer crer.
A proibição dos crucifixos nas escolas é uma medida que, enquanto católico, não me choca. Tenho no entanto sérias dificuldades em perceber que haja portugueses que se sintam chocados com a representação de um “homem pregado numa cruz”.
É uma imagem “violenta” para as crianças, advogam os ditos laicos. Convém todavia relembrar a essa legião crescente de palerminhas acobertados por obscuras teses da pedopsiquiatria, que a “violência” de alguém que, há dois mil anos, terá morrido na cruz para salvar todos os homens não é de forma alguma comparável às decapitações, atropelamentos, bombardeamentos e outras idiotices de igual quilate que as inocentes criancinhas sorvem avidamente através dos videojogos, da TV e da Internet.
O ridículo atingiu-se já no Estados Unidos, com a proibição de referências oficiais ao Natal. As instituições devem apenas referir termos inócuos e consensuais com os “feriados”, as “festas” ou as “férias” do final do ano.
O preço a pagar por esta investida anti-religiosa será altíssimo. Aliás, a recente polémica em torno da referência à matriz cristã na futura Constituição Europeia foi já um claro alerta da debilidade cultural dos líderes europeus, que teimam em não querer perceber que a afirmação dos valores cristãos – inequivocamente fundadores da Europa tal como a conhecemos hoje – é a mais eficaz e duradoura política antiterrorista de que podem dispor.
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