Adivinham-se tempos de grande contorcionismo discursivo por parte da Presidência da República.
A tendenciosa manchete do jornal Sol já aponta nesse sentido ao afirmar que, afinal, Cavaco Silva mantém a confiança política em Fernando Lima, apesar de o ter demitido súbita e silenciosamente da assessoria de imprensa (“a sua substituição tem pois que ver com razões operacionais e não com qualquer penalização ou perda de confiança por parte de Cavaco Silva”).
No dia seguinte às eleições começará portanto o arriscado número de trapézio, sem rede, em que o presidencial artista tentará convencer os portugueses de uma de duas improváveis realidades:
a) Fernando Lima está “inocente” e foi retirado de funções apenas por uma questão operacional de controlo de danos.
b) Fernando Lima é “culpado”, mas agiu por iniciativa própria e sem dar conhecimento ao Presidente da República.
Se a primeira hipótese já é incrível, a segunda então é do domínio da mais pura comédia. Aguardemos.
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