(...) nos reinos bem ordenados e governados (...) encontra-se uma infinidade de boas constituições, de que dependem a liberdade e segurança do rei; a primeira das quais é o Parlamento e a sua autoridade. Porque aquele que ordenou esse reino, conhecendo a ambição e a insolência dos poderosos, e julgando ser necessário pôr-lhes na boca um freio que os corrigise, e conhecendo, por outro lado, o ódio do povo contra os grandes, ódio nascido do medo, e desejando protegê-los, não quis que isso constituísse cuidado particular do rei, para evitar a este a animosidade que lhe adviria dos nobres quando favorecese os populares, e dos populares quando favorecesse os nobres; e assim, constituiu um terceiro juiz que, sem ser o rei, refreasse os grandes e favorecesse os pequenos. (...) devem os príncipes cometer aos outros as questões melindrosas, reservando para si mesmos as graciosas. De novo concluo que deve um príncipe estimar os grandes, mas não se fazer odiar do povo. (Nicolau Maquiavel, “O Príncipe”)
Sem comentários:
Enviar um comentário