segunda-feira, 29 de março de 2010

Não há povoadores


Já aqui escrevemos sobre os custos indirectos do fecho de maternidades, centros de saúde, escolas do ensino básico e outros equipamentos públicos em zonas fustigadas pela desertificação humana.



Para além de tristeza, esta notícia não nos causa portanto qualquer surpresa. Tão importante como enviar novos povoadores para o interior abandonado, será impedir que os escassos habitantes que aí resistem decidam também eles rumar às cidades, onde não fecham escolas, nem maternidades, nem centros de saúde.


Pois é, manter um País povoado de forma equilibrada custa muito dinheiro. Mas a desertificação também!

terça-feira, 23 de março de 2010

Os 4 Mosqueteiros



O debate de ontem entre os quatro candidatos à liderança do PSD foi ruidoso mas, como se esperava, pouco esclarecedor.



Confirmou-se a suspeita de que são todos fraquinhos (por inexperiência uns e por incompetência outros) e manifestamente incapazes de assumir responsabilidades governativas nos tempos mais próximos.


(Nota: Em termos de incompetência absoluta, é de elementar justiça reconhecer que Castanheira Barros se destaca dos restantes. A sua candidatura chega a ser embaraçosa até para quem não é militante nem simpatizante do PSD.)


O País e o PSD precisavam, agora como nunca, de um líder de nível superior, que combatesse lealmente e sem tréguas o actual Governo e que representasse uma alternativa séria e capaz de governação. Pelo que se viu e ouviu ontem, nada disso surgirá das próximas eleições internas.


Os únicos vencedores do debate foram portanto o PS e o CDS, que continuarão, e não por mérito próprio, a subir nas sondagens...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tolerância de ponto



Há tradições e tradições. Esta já não estará desadequada? Convém não esquecer que, durante largos séculos, a escravatura também foi tradicional. Até ao dia em que deixou de o ser.

No rescaldo da apresentação das medidas de austeridade do PEC, fará algum sentido tomar decisões destas? Será que, para termos mais estabilidade e crescimento, o contributo de  uma jornada de trabalho de todo o sector público português não é minimamente relevante?

Aceita-se e aplaude-se o argumento governamental de que a criação do novo escalão máximo de IRS tem um significado mais simbólico do que financeiro. Mas então... que dizer do simbolismo desta tolerância de ponto, decretada em plena crise?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comissão Europeia promete luta contra disparidades salariais

Por breves momentos, pensámos que esta notícia tratava do combate à disparidade salarial que subsiste entre trabalhadores portugueses e outros trabalhadores europeus.


Convenhamos que, face à abissal disparidade de produtividade que também existe entre Portugal e outros países europeus, o combate a essa desigualdade salarial teria tanto de popular como de ruinoso para a economia portuguesa.

Um dos males de vivermos nestes tempos conturbados é passarmos a acreditar que já tudo é possível. O disparate já não causa o espanto que causava.