segunda-feira, 27 de outubro de 2003

A cruz de Wojtyla

É cada vez mais penoso assistir ao calvário do sucessor de Pedro. Numa época de glorificação da juventude, da eficácia e da produtividade, somos confrontados quase diariamente com o destino de um homem - e, por essa via, com o nosso próprio destino - que escolheu carregar a sua cruz até ao final da caminhada. Este sacrifício é um testemunho de fé e de coragem mas, sobretudo, um apelo às nossas consciências. E que deverá ter uma expressão quotidiana. Não é aceitável a hierarquia de valores que a sociedade hodierna nos impõe e é essa a mensagem mais importante a extrair das violentas imagens deste homem que caminha, em público, para o final da sua vida. A sua postura frágil e curvada só se explica perante Deus. Entre os homens, Wojtyla nunca caminhou com tanta dignidade.

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