sábado, 8 de setembro de 2012

E agora para algo completamente diferente!

Passos Coelho anunciou mais austeridade, com aquele ar condoído do pai que açoita o filho pela décima vez, convencido de que lhe está a dar mais uma dolorosa mas inestimável lição de vida.

Pouco interessado em escalpelizar mais um comunicado ao País, que o País de bom grado dispensaria, o HHT permite-se contudo deixar lavradas algumas perplexidades:

  1. Agendar um comunicado ao País para os instantes que precedem um jogo da selecção nacional de futebol não é uma coincidência, é uma tentativa pueril de contenção de danos políticos.
  2. O CDS-PP, pela voz do seu deputado Nuno Magalhães, afirmou aliviado que não foi anunciado um aumento de impostos, o que seria inaceitável para o seu partido. No entanto, esbulhar os trabalhadores em 7% na rubrica das contribuições para a Segurança Social já é aceitável. A importância da semântica no jogo político nunca pode ser menosprezada.
  3. A falta de equidade a que aludiu o último acórdão do Tribunal Constitucional não nos parece que esteja afastada com a solução agora proposta de manter dois cortes de salários no sector público um corte de salários no sector privado. O HHT aposta em novas chumbadas desde o Palácio Ratton.
  4. A simultaneidade da queda da TSU para os empregadores e do aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social significa, aritmeticamente, que os trabalhadores irão ajudar a financiar as empresas. Original.
  5. Continua o silêncio sepulcral sobre o agravamento da taxação dos rendimentos de capital. Registamos.      
Esta enorme pilha de dejectos argumentativos constitui um pasto interminável para quem se queira dedicar à hermenêutica da pulhice política. Por motivos de elementar higiene mental, o HHT não irá dedicar mais linhas a esta temática.




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